BSB – Parte 3
Após o banho da 3ª transa o cansaço estava mais intenso, o relógio já se aproximava das 4 da manhã quando nos deitamos. Ele sugeriu uma massagem e contei para ele que eu tenho formação em massoterapia, perguntei se ele gostaria de receber uma massagem e ele concordou. Ele me relatou uma protusão discal na região da cervical e falou de tratamentos anteriores. Pedi para ele se deitar em decúbito ventral, me sentei próximo da lombar dele e comecei a fazer uma massagem neurosedante nas laterais dos discos vertebrais, da lombar até a cervical. Conversávamos sobre os tratamentos anteriores quando percebi vários "nós de tensão" acumulados embaixo das escápulas. Falei que doeria um pouco e desmanchei cada nó com movimentos da miorelaxante seguido de amassamento do trapézio. Depois da massagem ele colocou o celular para despertar, e ficamos deitados na cama conversando mais um pouco. A voz já estava "falhando", os olhos quase se fechando quando notei que nós dois já não conseguíamos resistir ao sono. Acredito que superamos limites físicos, pois a noite anterior foi atordoada devido a prova, no mesmo dia tivemos 9 horas de prova, andamos da universidade até a pousada e fizemos todo o esforço físico além da média para uma noite de sexo. Quando percebi que ele fechou os olhos eu tentei resistir mais um pouco, pensei que ao fechar os olhos toda aquela noite viraria lembranças, cada um voltaria para o seu Estado e a sua rotina. Enquanto eu pensava nisto adormeci.
Na manhã seguinte acordei antes do celular despertar e percebi que já havia uma movimentação na sala. Me vesti e disfarçadamente saí do quarto dele, ele estava tomando café da manhã com outro hóspede, pensei em como iria cumprimenta-lo, acabei dando um "selinho" nele e fui para o meu arrumar minhas coisas. Apenas nesta hora é que a ficha caiu, que a noite existiu e que realmente tinha feito tudo aquilo. Em meio a devaneios fui até a sala tomar café da manhã e percebi o quanto meu estômago estava enjoado, deve ter sido o vinho da noite anterior. O cheiro do café me dava ânsia, mas diante da necessidade de me alimentar após uma noite daquelas e a viagem até Goiás que me aguardava, acabei forçando uma xícara de café com leite. Na mesa do café estava uma moça com aparência jovem que pouco falava e um rapaz que se identificou como funcionário do IBAMA. A conversa se fechou entre o gaúcho e este rapaz, enquanto eu me concentrava.
Ele me pediu para acompanha-lo até o ponto de ônibus e mostrar para ele ônibus que levava até o aeroporto. Fomos até o quarto dele, ele arrumou as coisas dele e sentamos um pouco na cama. Ele me deu um abraço apertado, agradeceu o carinho e a massagem e falou que foi uma noite especial que ele ia guardar esta lembrança com muito carinho. Eu também agradeci, falei que foi uma noite muito agradável e que gostei muito de tudo que aconteceu. Enquanto conversávamos sobre isso ele me puxou pelos braços e me beijou, me abraçou novamente e colocou a minha mão no pau dele, mostrando que já estava endurecendo. Naquele momento senti os meus nervos como fios de cobre desencapados, parecia que saia faíscas dentro de mim, novamente estava com um tesão maravilhoso. Nesse momento ele olhou para o relógio e achou melhor ir andando. Estava chovendo, peguei meu guarda-chuva e o acompanhei até o ponto de ônibus. Notei que partir deste momento assim como na mesa do café da manhã ele estava um pouco “frio”. Peguei no braço dele enquanto esperávamos o ônibus, ele correspondeu me dando o braço e coloquei na minha cintura. Enquanto conversávamos sobre o concurso o ônibus dele chegou, só deu tempo de dizer "Obrigada por tudo" e dar um beijo na boca. Ele embarcou no ônibus e foi embora.
As horas que sucederam foram de devaneios, um atrás do outro. Posso dizer que terminei de arrumar as minhas coisas, fiz o check out da pousada e fui de metrô até a rodoviária de BSB no "modo automático", por muitas vezes com um sentimento de arrependimento por não ter agarrado ele após ele colocar a minha mão no pau duro dele naquela manhã. Embarquei no ônibus de BSB a Alto do Paraíso (GO) com o enjôo mais intenso, resolvi dormir já que a estrada era péssima e só piorava as coisas. Algumas vezes abri os olhos e brisava com a paisagem do Cerrado de Goiás. Na primeira parada o meu estômago estava melhor e resolvi almoçar. Era um posto de gasolina bem simples no meio daquela terra vermelha, mas a comida era saborosa. Após o almoço a viagem seguiu, quando vi a quantidade de buracos na estrada resolvi dormir mas um pouco, o fato de ter acabado de almoçar ajudou. Eu dormi mas os devaneios de uma noite maravilhosa continuaram nos sonhos...
Após chegar na cidade e fazer o check in na pousada deitei na rede e aguardei liberação do meu quarto. Acho que não me encontrava em uma situação melhor: de férias, sozinha, em Goiás, na rede ao som de araras e tucanos, depois de uma noite "bem comida". Depois de arrumar minhas coisas fui andar pela cidade, voltei para a realidade, liguei para a minha mãe e depois tive a infelicidade de discutir com meu namorado pelo telefone. Motivos? O fato de estar viajando de férias após o concurso, estar em outro Estado, comprando pacotes de ecoaventura ao invés de estar em São Bernardo do Campo. Me desliguei da discussão e achei uma lan house na cidade, escolhi um computador, acessei o Facebook e adicionei o gaúcho. Olhei as fotos do álbum dele, relembrei os bons momentos da noite e depois fui curtir as férias em Goiás.
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