Desviados

"Para Renata, com amor..."

📅 Publicado em: 01/01/2005 00:00

👤 Autor: vicky

Chamo-me Simone. Como todos já me conhecem sou loira, tenho 28 anos, olhos azuis, 1.72mt, 59kg, seios médios durinhos, bundinha empinada e muito feminina, apesar de minha preferência sexual assumida por mulheres. Desculpem se eu me estender demais, mas é um fato verídico, algo que me marca muito, e não pouparei detalhes ao contar exatamente como tudo aconteceu... Era outubro de 1993. Eu acabara de completar meus 21 anos. Nessa época, estava começando a montar minha micro-empresa no bairro dos Jardins. Estava tão aliviada em saber que finalmente, havia me formada em arquitetura na faculdade, que não me preocupava com outra coisa, a não ser em dar início ao meu sonho de montar uma micro-empresa de decoração e design. Apesar de todos os obstáculos burocráticos, me realizei! Estava em uma fase ótima em minha vida. Promovi uma pequena reuniãozinha de inauguração entre alguns amigos mais próximos e meus pais. Não me lembro quantas vezes as pessoas ali presentes desejavam-me sorte e sucesso. Estava simplesmente radiante de tão feliz. Meus pais então, sorriam orgulhosos. Com o passar do tempo, como todo início de uma empresa, seja ela pequena, média ou de grande porte, começaram a surgir pequenos atrapalhos financeiros. Mesmo diante de tal situação, mantive-me firme e cheguei à conclusão que o certo mesmo, seria entrar em sociedade com mais alguém evitando assim o pior. E em meio às minhas visitas a clientes, conheci Renata. Um ano mais velha que eu e simplesmente linda e dona de um corpo maravilhoso! Cabelos castanhos escuros na altura dos ombros, rosto oval, olhos cor-de-mel, lábios finos e sensuais e com um sorriso meigo e doce. Não saberia explicar o que propriamente me deixava tão ligada a ela, pois eu sabia e sentia que ela, sentia o mesmo; então demos início a uma forte amizade. Nos conhecendo melhor, fiquei surpresa ao saber que ela também era formada na mesma área e assim, Rê (como eu a chamava carinhosamente) sugeriu que tornássemos sócias e expandíssemos a empresa. Fiquei tão feliz que retribui com um beijo em sua boca. Na hora, me senti um pouco envergonhada, mas graças ao seu abraço e em meio a muitas besteiras quais falávamos, acabei esquecendo meu impulso. Passamos então a dividir o trabalho. Eu ficava na empresa e ela passava a visitar os clientes. Por várias vezes, nos cumprimentávamos com um selinho uma na outra e só. Vivíamos uma na casa da outra. Seus pais eram muito liberais e mesmo sabendo da minha sexualidade, me respeitavam, eram simpáticos e me adoravam. Porém nada comentavam à Renata sobre isso. Sempre me perguntei o por quê disso, mas acabei desencanando. Já meus pais, bom, meu pai nunca aceitou o fato da minha preferência por mulheres, pois como pai, ele sempre sonhava em me ver de véu e grinalda com um homem que me fizesse feliz. Isso gerava sempre altas discussões. Minha mãe aceitava de modo natural, tanto que um certo dia, conversávamos e me abri dizendo estar gostando muito da Renata. Lembro-me que neste dia, chorei, pois me sentia confusa e com medo de não ser correspondida. Então, numa dessas típicas noites de outono, como eu morava em uma Kitch alugada, combinei com Rê, de nos encontrarmos, pois disse a ela que precisaríamos ter uma séria conversa. Ela, não se fazendo de rogada apareceu em casa. Iniciamos a conversar quando não sabendo por onde começar, e ela percebendo meu nervosismo, apenas passou sua mão em meu rosto, e com seu sorriso terno e meigo me deu um beijo. Comecei a sentir meu coração acelerar, minha respiração alterada, quando nos olhamos uma nos olhos da outra e nada dissemos; apenas sorríamos ambas hipnotizadas sob aquele momento mágico cheio de encantamento e paixão. Ambas estávamos extremamente excitadas uma com a outra. Nos beijamos mais uma vez, quando Rê se levantou tomando minha mão de encontro a sua. Nos levantamos e juntas, fomos tomar um banho. Diante do calor causado pelo vapor da ducha, nossos corpos permaneciam colados, enquanto nós nos entregávamos a um beijo longo e profundo, e nossas mãos percorriam cada centímetro de nossos corpos. A adrenalina de nossos corações, ambos disparados por aquele momento mágico e encantador, fazia com que pronunciássemos palavras sem sentido, coisas amenas, sem nexo. Na verdade nossas palavras eram banais, mas os olhos diziam tudo. Através do olhar éramos capazes de transmitir tudo que sentíamos. Toda nossa emoção era traduzida em desejo, pois sentíamos que naquele momento, um amor verdadeiro e sincero brotava como uma pequena árvore, onde futuramente colheríamos juntas seus frutos. Fomos para o quarto e ao sentar-me na cama, Renata caminhou em minha direção, sentando-se ao meu lado e colando seus lábios macios e delicados junto aos meus, dando início a um beijo ardente e delicioso. Naquele momento, entendi que estava diante da mulher da minha vida! Apesar de Renata ser um ano mais velha e talvez mais experiente que eu, diante dela me sentia uma garotinha; uma adolescente descobrindo os prazeres do amor. Puxei-a para uma poltrona que estava próxima a cama, e lá, dei colo enquanto nos beijávamos. Ah... Como era bom e ao mesmo tempo gostoso senti-la ao meu lado... Permanecíamos lá, nós duas, imóveis apenas contemplando as formas uma da outra. O tempo parecia mais relativo do que era na verdade, e demos continuidade ao nosso beijo apaixonado, enquanto tirávamos nossas toalhas. E então, aconteceu; nos amamos totalmente, completamente numa entrega dupla e verdadeira. Uma onda de prazer e excitação mesclados ao desejo e a paixão de estar ao lado uma da outra percorriam nossos corpos numa onda maravilhosa de sentimentos renovados pelo nosso desejo, nos amando e nos entregando totalmente de corpo e alma, numa cumplicidade única. Seus toques, sua voz, seu olhar e o aroma misturado ao gosto daquela mulher, fazia meu corpo responder com sensações esquecidas, distantes... Que sensação maravilhosa estar amando uma mulher como Renata. Ah... Que sensação maravilhosa... A suavidade da sua pele, o seu toque leve e vigoroso, proporcionando-me prazer intenso! Ai, que delícia... Somente o amor entre duas mulheres, poderia proporcionar tamanha cumplicidade e carinho. E ali estávamos nós duas, sentindo, descobrindo cada vez mais esse sentimento que ligava tanto nós duas. Rê beijava meus seios, chupando-os delicadamente; parecia um bebê desmamado, enquanto eu mergulhava numa onda intensa de prazer e excitação. Podia sentir que ambas ardíamos de tanto desejo, ao mesmo tempo em que sua língua percorria cada espaço do meu corpo. Passávamos então a alternar, pois era a minha vez de lhe proporcionar um pouco de prazer. Nos entregamos num frenético sessenta-e-nove, aumentando o ritmo cada vez mais, transformando nossos gemidos em sussurros de prazer! Aproveitei e enfiei meu dedo, molhado com aquela seiva que não parava de escorrer entre suas pernas, em seu buraquinho rosado em forma de fenda. Rapidamente, Renata fez o mesmo comigo e assim atingimos nossos orgasmos, gozando juntas, repousando uma nos braços da outra, exaustas de tanto amor e prazer com nossos corpos que descansavam agora colados, quentes e ainda úmidos com algo mais em comum, pois tudo tinha sido melhor do que esperávamos e, sabíamos que éramos feitas uma para a outra. Passado um tempo, nos beijamos novamente e finalmente, pude ouvir o que tanto almejava. Acariciando meus cabelos, passando suas mãos em meu rosto, Renata apenas sorria completando que me amava muito. Tentei me conter, mas a beijei abraçando-a e em meios a lágrimas e soluços, também me declarei que eu a amava muito. Desse dia em diante, comecei a entender certas coisas quais não entendia antes. Agora tudo estava claro para mim. Nós nos amávamos de verdade. Compartilhávamos tudo. E com o passar do tempo, compramos nosso cantinho, que era aconchegante irradiando harmonia e muito amor nos quatro cantos de nossa casa. Passamos a ser um casal feliz, pois éramos inseparáveis. Íamos a barzinhos, ao cinema, ao teatro, até viajamos juntas, onde batizamos nossa “Lua de Mel” em Fernando de Noronha. Haviam se passado oito anos em que estávamos juntas. E durante todo esse tempo éramos admiradas por todos, pois além de muito amor, respeito, amizade, dedicação e de vivermos uma para a outra, não faltava diálogo entre nós. Sempre demonstrávamos uma a outra nosso amor, mas de forma discreta e madura. Sem deixar de mencionar que ambas éramos muito femininas. Rê havia fechado um negócio da china com um grupo de empresários que solicitaram nossos serviços. Como a empresa ficava situada em Araçatuba, interior de São Paulo, dizia ela que iría cedinho pra lá, estando de volta no final da tarde. Detalhe importante: nesse dia estávamos completando oito anos juntas e eu havia preparado um belo jantar a luz de velas! Mas não sei por qual motivo comecei a ficar nervosa com sua viajem ao interior. Rê me confortava com um beijo dizendo estar tudo bem e sob controle. Jamais conheci alguém tão atenciosa ao volante quanto ela. Mas então por que esse meu medo repentino... Resolvi esquecer e fui para o trabalho. A tarde chegara, e acompanhada de surpresas não muito agradáveis. Eram três e meia quando toca o telefone e uma voz masculina perguntando por mim. Confirmei sendo eu mesma, quando recebo a trágica notícia que Renata sofrera um acidente. Não consegui esboçar reação alguma, então comecei a rir, achando ser alguma brincadeira de mal gosto. Liguei então para seu celular e só quando tocou novamente o telefone e seus pais realmente confirmavam que era de fato verdade. Peguei minha bolsa e voei para o hospital. Nem sei como e de onde tirei a calma para avisar meus pais o que acontecera com Renata. Já no hospital, eu entrara em choque. Desde então nada mais me recordo, somente no dia em que eu a via pela última vez em seu enterro. Naquela manhã eu chorava muito. Chorava porque o processo pelo qual me tornara mulher, fora doloroso; chorava porque perdi minha dor e não estava acostumada à sua ausência. Chorava, porque a única mulher que amei e sentiu-se amada de verdade, fez de mim uma metade que tornou-se partida, enquanto que a outra metade, tornou-se puramente saudades... Aos que desejarem se corresponder, estou aberta a receber e-mails de todos(as). Responderei com prazer. Um beijo carinhoso, Simone Vandronelli.

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