Desviados

História de Betinha - Parte 05

📅 Publicado em: 09/02/2024 00:00

👤 Autor: betinhagirl22

📂 Categoria: Travesti

Bom, essa é a parte mais dolorosa da minha história. Eu já era de maior e estava no fim do relacionamento com o Anderson. Anderson tinha dito que ele teria que mudar nos próximos meses com a mãe dele, para o Estado onde o pai de dele morava. Não lembro direito, mas acho que os pais dele estavam reatando. Apesar do Anderson trabalhar em uma bicicletaria, ele também usava e vendia pequenas porções de maconha. Foi nesse relacionamento que experimentei maconha, mas não gostei muito e “usava” apenas de tabela quando Anderson fumava. Nosso relacionamento estava indo bem, depois de refazermos diversas posições, agora com a penetração acontecendo. Neste tempo, comecei a pesquisar e saber que eu deveria buscar usar hormônios femininos para mudar meu corpo. Contudo, um acontecimento terrível mudou minhas perspectivas. Atrás da escola havia um terreno baldio, antes dos barracos que vinham depois do córrego (de esgoto). Neste terreno pouca gente aparecia e eu já dei para o Anderson lá umas três vezes. Na primeira fiquei com muito medo de alguém aparecer, mas na segunda e terceira já estava familiarizada com o ambiente. Chamávamos o local de “caverna do amor” e levávamos um baseado para Anderson fumar. Já fazia muito tempo que não íamos na “caverna do amor” e em um final de semana Anderson me disse que estava com vontade de ir lá. Mas neste dia Anderson estava estranho e sua fala tinha algo anormal. Eu senti algo diferente, mas ignorei. Fui para a casa e fiz o ritual de banho, mangueirinha, shorts com calcinha e um batom no bolso para passar assim que entrasse na “caverna do amor”. Na entrada do terreno atrás da escola Anderson me esperava. Sorri para ele e comecei a balançar o quadril, mas desta vez ele não sorriu de volta e nem me olhou direito. Segui ele até a “Caverna” e quando chegamos lá eu abaixei o shorts, ficando só de calcinha. Comecei a passar o batom e levei um susto quando entrou no lugar três homens, parecendo terem uns 40 a 50 anos. Todos muito grandes e o maior deles começou a dizer: “eita bichinha gostosa”. Levantei rapidamente o shorts, olhei para o Anderson (que estava olhando para outro lugar) e depois olhei para uma saída em que eu poderia correr. Um dos homens pulou em mim e caímos no chão. Escutei um deles dizer “corre não viadinho, corre não.” Outro ria e dizia “hoje você vai ter um homem de verdade”. Comecei a espernear, um tampou minha boca e outro rasgou a minha calcinha (aquela que Anderson tinha me dado). Naquela confusão levei um soco e senti um deles abrindo minhas pernas à força e começando a me penetrar. Jogaram algum líquido no meu ânus e começaram a penetrar à força. Doeu muito, muito mesmo... Comecei a chorar e espernear. Enquanto um me comia, outro me segurava e o terceiro se masturbava ao lado. Esse terceiro gozou no meu rosto e começou a rir. O que me comia gozou na minha barriga. Meu sentimento era de terror e impotência. Chorei bastante. Anderson observava com uma cara séria de longe, como tomando conta do local. Depois de tudo um deles disse: “fica quietinha... se falar algo agente volta e vai ser pior”. Uma revolta gigantesca sobe em mim quando lembro do episódio. Tremo de raiva. Sai de lá sozinho e com várias dúvidas. Pensei em ir na polícia, mas em seguida imaginei os policiais rindo e dizendo “viadinho veio reclamar, mas deve ter gostado”. Pensei em contar para meus pais, mas acho que eles não aguentariam e meu pai poderia até matar um desses caras e ir preso. Pensei em procurar o Geremias, mas ele era um jovem por volta dos 18 anos, como eu, e não um cara adulto como esses bostas. Pensei em fazer uma gangue e depois matar esses caras e o Anderson. Mas nada passou de revolta. Em casa me tranquei no quarto e cheguei às portas da depressão. Não comia e minha mãe começou a se preocupar e a me levar no médico. Tudo que eu comia eu vomitava. Apesar de ser algo extremamente psicológico, meus pais achavam que era genético, pois 02 dos meus tios já tinham passado por um câncer de estomago. Não saia mais na rua por medo, e na escola apenas o Jander (menino ultra evangélico e filho do professor Clésio) conversava comigo. Jander dizia de Deus, Jesus e etc. Em casa comecei a me entreter com jogos de computador. Era época do PC486 e o patrão do meu pai tinha me dado de presente. Meus jogos preferidos era de tiro, de 1ª pessoa, pois imaginava-me um justiceiro, acabando com vagabundos, estupradores e etc. Não tardou muito e aceitei o convite do Jander de ir na igreja que ele congregava, Deus é Amor. Lá encontrei um ambiente acolhedor e amigável. Em alguns cultos para frente ganhei uma bíblia e passei a seguir o mundo evangélico. Cheguei a pensar em ser pastor, em liderar a salvação de gente atentada pelo diabo que afeminava homens. Mas nem tudo é mágico. O ódio se dissipou, ainda mais com as pregações de “libere perdão”, “Deus irá fazer justiça” e etc, e alguns dos comportamentos transexual voltaram na minha mente. Certa vez olhei para uma “irmã” e veio-me o reflexo mental de notar as unhas e a maquiagem dela e pensar de que ficaria tudo bem em mim, que eu ficaria também bonita. Mas em seguida pensei “o diabo não vai me tentar, sou um guerreiro de Deus”. Outra vez, sem ter ido para a Igreja uns cinco dias, voltei a imaginar besteiras. Havia visto na televisão o filme “Ghost – Do outro lado da vida” e em uma cena o casal protagonista começou se abraçam e sensualizam quase nus. Me comparei com a mulher e comecei a mergulhar em lembranças de sexo com o Anderson. Fiquei na cama me retorcendo e lembrando da penetração, imaginando meu bumbum bem feminino. Gozei na cueca que eu havia enrolado na parte de trás. Logo em seguida tive uma raiva grande de mim, por ter “caído na tentação do diabo”. Tempos depois comecei a assistir a novela “Uga-Uga” da globo e notei que o pergonagem “Sargento Baldochi”, feito pelo ator Humberto Martins tinha uma leve semelhança com o Anderson. Comecei a acompanhar o personagem e fantasiar em ser a mulher dele. Tudo em conflito com a Igreja, com a mentalidade evangélica. Comecei a justificar que indo para a Igreja eu anulava a masturbação feminina que fazia alguns dias. Na época eu terminava o 3º colegial de manhã, trabalhava em uma padaria na tarde e assim que chegava em casa assistia a novela para depois fantasiar sexo e histórias de amor com o Humberto Martins. Obviamente eu sempre soube que era apenas fantasias e que nunca teria um relacionamento com o ator. Eu e o Jander íamos para a Igreja nas segundas, quartas, sábados e domingos. Nas segundas e quartas eu colocava o vídeo cassete para gravar a novela e assistir depois da Igreja. Nos finais de semana a novela só passava no sábado e a Igreja era depois. Certa vez, em uma banca de jornal, vi uma revista pornográfica com a foto do Humberto Martins na capa. Passei diversas vezes na banca, fingia olhar os gibis e com o canto de olho desejava a revista. Uns três dias depois, vi que a revista estava esgotando e comprei um monte de gibis do Tio Patinhas e coloquei a revista no meio, para disfarçar. Na mente fiquei adiantando uma desculpa para o atendente da banca, pensava “um amigo estranho pediu essa revista”, ou “nossa, não tinha visto essa porcaria, mas deixe aí que vou queimar”, ou “uma prima minha pediu”.... Mas o atendente da banca não falou nada e despachou tudo com naturalidade. Neste dia fui para casa. Passei na casa do Jander e disse que estava com gripe e que não poderia ir para a Igreja. Eu pensava “Vou compensar o que farei hoje com um clamor a Deus depois”. Em casa vi a revista e comecei a sonhar em ser um mulherão sentando no pau do Humberto Martins. Simulava o ator me tratando como uma dama e no fim eu dando para ele. Neste dia, estava no meu quarto sozinha, por volta das 23h ou 00h, fui até a cozinha e peguei uma vassoura. No quarto novamente, coloquei entre o estrado da cama e o colchão a vassoura, deixando uns 15 cm à mostra. Coloquei manteiga na ponta da vassoura e em seguida fiquei de quatro até a ponta da vassoura entrar. Uns dois a três anos que não fazia isso. O arrepio no corpo inteiro aconteceu de novo e tive a sensação do Humberto Martins está ali, me comendo de verdade. Essa sensação até me assustou. Depois que gozei pensei: “estou ficando louco, Jesus me salva por favor”. Limpei a ponta da vassoura e peguei meu discman (era um aparelho de música portátil de cd, com fones de ouvido) e comecei a colocar louvores para ouvir até adormecer. Eram louvores como “Eram Cem ovelhas”, “Batalha de Jericó”, “Jesus vem nos salvar” e etc. Bom, na parte 06 direi como sai da Igreja e entrei na Universidade Pública. Obrigada a todos e até mais ver.

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